Como identificar riscos nos projetos sociais

Escrito por

14 de novembro de 2022

Em 2021 escrevemos um artigo na Folha de São Paulo, onde mapeamos boas práticas de gestão para aumentar as chances do seu projeto social ser bem-sucedido e o ponto de partida do artigo foi justamente uma característica de que projetos de uma forma geral são empreendimentos arriscados.

Ou seja, o risco é uma característica inerente à gestão de projetos sociais. No artigo em questão, descrevemos um passo a passo de como identificar, categorizar e desenvolver planos de respostas. Mas agora, se você quiser entender como identificar riscos nos projetos sociais e baixar um dashboard exclusivo da Ink Inspira, leia o restante do artigo abaixo.

Adam Savage, apresentador de um programa educativo de televisão perpetuou uma frase que é bem adequada a este tema: Falhar é sempre uma opção. A ideia por traz das palavras é que não só devemos reconhecer que estamos sujeitos a falhas, mas é essencial utilizar estes momentos em um processo de reflexão e melhoria. E este exercício de associar a falha com o risco, nada mais é do que um processo de se antecipar a esta possibilidade. Veja abaixo os momentos ideais para se identificar e avaliar os riscos nos projetos sociais.

Triangulo de Gestão

Todo curso de Gestão de Projetos apresenta esta ferramenta, conhecida como triangulo de gestão ou triangulo de ferro. Particularmente não gostamos da expressão triangulo de ferro, pois “ferro” pode dar a impressão errada de que o triangulo é rígido. E durante o ciclo de vida do projeto, o que precisamos fazer é justamente equilibrar as forças do triangulo.

Estas forças, são representadas pelo Escopo, Recursos (pessoas e materiais) e Tempo. E se algum destes elementos é alterado, precisamos avaliar qual o impacto desta mudança nos outros.

Exemplo: Um projeto teve o seu orçamento cortado para o segundo semestre. Desta forma o gerente de projetos decidiu reajustar a duração e o escopo para se adequar aos recursos disponíveis. 

Triangulo de gestão e Riscos

Triangulo de gestão e sua relação com os riscos dos projetos sociais.

Na ilustração acima, vemos que os riscos são fatores que exercem certa pressão no triangulo de gestão. E é justamente este exercício de identificar riscos que vai nos possibilitar desenvolver planos de ação adequados para o projeto.

Portas de Decisão

A porta de decisão é uma ferramenta de autoavaliação. É um checkpoint onde olhamos a evolução do projeto até o momento e olhamos também para o futuro. Uma importante porta de decisão na gestão de projetos é o Termo de Abertura do Projeto ou simplesmente TAP. Ele é um documento estratégico que contém informações de alto nível, como estimativas de orçamento e cronograma, entregáveis macro, estrutura de governança e breve descrição. Nele incluímos também uma avaliação abrangente dos riscos dos projetos sociais, servido como base para o processo de mapeamento e identificação dos riscos que mencionamos no artigo da folha.

Marco Lógico

De forma geral, podemos dizer que o marco lógico é uma ferramenta de validação da Teoria da Mudança. Em termos de atributo lógico, temos a lógica vertical e horizontal. Na lógica vertical, os principais elementos são as Atividades, Resultados, Objetivo e Impacto. Já na lógica horizontal, o principal elemento são os pressupostos. Já temos um artigo completo sobre Marco Lógico (e um modelo para você baixar), que está disponível neste link aqui. E para este artigo, vamos focar nos pressupostos. Mas, qual a diferença entre risco e pressuposto?

Pressuposto, é algo que deve acontecer.

Risco, é algo que pode ou não acontecer. E se ele acontecer, há uma consequência positiva ou negativa no projeto.

Exemplo Pressupostos: Como atividade nos propusemos a distribuir 100 cestas básicas em 5 comunidades. O pressuposto é que há recursos disponíveis para aquisição e logística de distribuição das cestas básicas nas comunidades mapeadas.

Exemplo Riscos: Se a gasolina aumentar, os preços vão aumentar e consigo distribuir menos cestas básicas (risco negativo). Se a gasolina diminuir, os preços vão diminuir e vou conseguir distribuir mais cestas básicas (risco positivo).

Portanto, os pressupostos descritos no marco lógico servirão como base para o processo de identificação, categorização e desenvolvimento de planos de resposta aos riscos.

Onde monitoramos os riscos dos projetos sociais?

No artigo, utilizamos metodologias que orientam a melhor forma de se pensar e como planejar as nossas ações caso algum risco previsto se torne realidade. Para o gerente de projetos, que tem uma liberdade limitada para agir, ter um plano de ação aprovado e validado com as partes interessadas é essencial para que a sua equipe consiga responder de forma diligente aos riscos.

Este plano é sintetizado na matriz de riscos. E deve ser facilmente acessado pelo gerente e pela equipe do projeto.

Você pode até desconhecer o que são os conceitos de mundo VUCA ou BANI, mas se você certamente já foi diretamente impactado pela volatilidade e complexidade das relações contemporâneas… Imagine em projetos de média e longa duração. Por isto, este documento deve ser sempre revisto e atualizado.

Dessa forma, deixamos à sua disposição um documento em Excel onde você pode construir a sua matriz de riscos em um Dashboard completo para o portfólio da sua organização. Para baixar, basta deixar os seus dados no formulário abaixo.


Por fim, se você quer saber mais sobre a Gestão de Projetos Sociais e como se aprofundar no assunto, confira os nossos cursos, disponíveis em formato virtual e presencial. Mas se você busca apoio para a sua organização, disponibilizamos de serviços customizados em formatos de mentoria e consultoria.

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